eterno retorno
quase 35. acontece agora, daqui a pouco, na sexta.
e o pior é que nem são tantas as rugas; nem tão grande a barriga; ou sequer massacrada a alma. cheguei inteiro no que talvez seja a metade exata da minha vida. e se for pra passar dos 70, que haja novas químicas, novas substâncias em forma de gás perfumado, novas fugas.enquanto isso, novo blog, eterno retorno, sempre uma penúltima chance.
(...)
afinal, amadurecer é uma piada engraçada, apesar de contada da maneira errada. sem graça, então.
(...)
tenho pensado bastante sobre o que já passou por mim; pelas coisas que ficaram às minhas costas.
em regressiva, começando destes últimos dias, me é possível encadear um pequeno rosário mnemônico:
- é a casa nova respirando, uma nova arrumação para o quarto que era de márcio;
- é um outro layout para a sala, discos erguidos do chão, souvenirs resgatados do mofo;
- é voltar a acordar sozinho. e apesar de thiago sempre ao lado, foi um natal com gosto de sangue na boca. desfazer laços, recuperar a circulação nas veias um momento antes da gangrena. sempre dói. mas cura.
palestra, italia!
ouvindo um arremedo de björk: uma balzaquiana de milão chamada Meg, com um disquinho que me lembra bastante os primeiros petardos da esquimó. e ela canta, entre uma harpa e uma sequência muito boa de beats, que "è troppo facile" qualquer coisa (não entendo bulhufas de italiano, mas o refrãozinho é que me pegou em cheio).
recomendo muito para este fim de ano/mundo: Psychodelice, é o disco da jovem senhora.
(...)
e encontrei amigos que há anos não via; na fila do acarajé da cidade 2000 (porque, graças a deus, algumas boas coisas realmente nunca mudam, o acarajé, a fumaça do dendê, a interminável espera). e como é bom perceber que ainda mantemos um pouco do que nossa memória costuma achar que é só idealização. tenho dessas coisas: transformo em idílio a maior parte das lembranças. pior que sinto isso com alívio, quase como se não me sentisse no direito de ter, no presente, os mesmos deleites que só a memória me proporciona.
e olhe que memória, comigo, é um negócio complicado.
(…)
a verdade é que já apresento todos os sintomas de uma caduquice ridícula: pequenas manias (perceptíveis somente aos muito próximos - e tiques que nem mesmo thiago seria capaz de perceber); uma insistência secreta em achar que sou realmente um mero truque; lapsos de memória... sempre essa iminência de um futuro quadro de alzheimer, ai fucking djisas!
tudo sobre mim mesmo
ganhei de márcia o "conversas com almodóvar", da jorge zahar editor e parei a leitura de "a montanha mágica" (traindo assim a expectativa de thiago). na verdade, semanas antes, já havia trocado thomas mann por uma vogue de dezembro. acho que prefiro algo mais quente nesta temporada, e os alpes do livro estavam entrando rasgando, a certo custo. retomo na época das chuvas. até lá, almodóvar, discovery science e tardes de ouro deitado na cama, fermentando no abrigo de um abraço longo.
easy rider
sem vintém no bolso, o último dia do ano ainda nos é incógnito com relação ao destino. queremos sair da cidade. sem rumo, como é bom. pra mim, suficiente é apenas o tanque cheio e uma direção: sol poente, sol nascente. e pronto, parar quando a vista for bonita ou a vontade ordenar ou o cansaço for mais comprido que a estrada.
(...)
aventure-me
e vou começar cheio de estilo a última semana deste ano incrível (bom ou ruim?): aluguei três filmes do antonioni, da fase da incomunicabilidade. perfeito, né?
aproveito pra rever "a noite" e "l'avventura", cuja seqüência final é uma das coisas mais lindas que eu me lembro de já ter visto. e veremos "o deserto vermelho", morrendo de medo de não dormir. perdi o hábito de desacelerar sem cair no sono. que merda!
(...)
enfim, bom recomeço pra todos nós.
e olhe que memória, comigo, é um negócio complicado.
(…)
a verdade é que já apresento todos os sintomas de uma caduquice ridícula: pequenas manias (perceptíveis somente aos muito próximos - e tiques que nem mesmo thiago seria capaz de perceber); uma insistência secreta em achar que sou realmente um mero truque; lapsos de memória... sempre essa iminência de um futuro quadro de alzheimer, ai fucking djisas!
tudo sobre mim mesmo
ganhei de márcia o "conversas com almodóvar", da jorge zahar editor e parei a leitura de "a montanha mágica" (traindo assim a expectativa de thiago). na verdade, semanas antes, já havia trocado thomas mann por uma vogue de dezembro. acho que prefiro algo mais quente nesta temporada, e os alpes do livro estavam entrando rasgando, a certo custo. retomo na época das chuvas. até lá, almodóvar, discovery science e tardes de ouro deitado na cama, fermentando no abrigo de um abraço longo.
easy rider
sem vintém no bolso, o último dia do ano ainda nos é incógnito com relação ao destino. queremos sair da cidade. sem rumo, como é bom. pra mim, suficiente é apenas o tanque cheio e uma direção: sol poente, sol nascente. e pronto, parar quando a vista for bonita ou a vontade ordenar ou o cansaço for mais comprido que a estrada.
(...)
aventure-me
e vou começar cheio de estilo a última semana deste ano incrível (bom ou ruim?): aluguei três filmes do antonioni, da fase da incomunicabilidade. perfeito, né?
aproveito pra rever "a noite" e "l'avventura", cuja seqüência final é uma das coisas mais lindas que eu me lembro de já ter visto. e veremos "o deserto vermelho", morrendo de medo de não dormir. perdi o hábito de desacelerar sem cair no sono. que merda!
(...)
enfim, bom recomeço pra todos nós.
Tá na hora de atualizar né?
ResponderExcluirPs.: Eu conheço sim todas as suas manias, cacoetes, bicos, caras e bocas.